Temos acompanhado com muita preocupação divulgações e publicidades de artistas, grupos e organizações circenses oferecendo aulas/oficinas online de aparatos aéreos, especialmente de tecido.
Como membro da Federação Iberoamericana de Circo (FIC), o Circo Crescer e Viver tem discutido com dirigentes de outras organizações e escolas que dela fazem parte, protocolos para a retomada das atividades de formação, ancorados na missão de desenvolver as artes do circo de maneira segura e com os cuidados que os seus riscos requerem.
É unânime, entre as escolas da Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Brasil e Espanha que integram a FIC, o entendimento de que é difícil conhecer as condições exatas da arquitetura e engenharia de residências para a instalação de aparatos aéreos, ainda que não se possa duvidar dos conhecimentos e capacidades técnicas de artistas e organizações que estimulam este tipo de instalação, com o objetivo de oferecer aulas e oficinas online.
A oferta de aulas e oficinas de técnicas de acrobacia aérea online, na maioria dos casos, não nos parece assegurar a compreensão se o aluno tem experiência suficiente para desenvolver a disciplina sem um instrutor;e se esta pessoa está treinando sozinha, em risco de cometer um erro em um exercício, cair e não ter ninguém ou nada que lhe assista em um acidente.
Finalmente, não e possível assegurar que uma pessoa que venha a instalar um aparato aéreo em sua casa, não cometa um descuido e que outra pessoa ou uma criança, utilize-o e gere um acidente. Ou mesmo, que isso outorgue a possibilidade que uma pessoa sem experiência decida ensinar circo pela internet.
Como organização circenses, temos a responsabilidade de cuidar da arte do circo e da sua sustentabilidade, evitando que se coloque em risco as pessoas.
Entendemos o interesse daqueles que pretendem difundir as artes do circo neste período de isolamento social, mas recomendamos àqueles que estão oferecendo treinamentos online de atividades acrobáticas, em especial, as acrobacias aéreas, reconsiderem a oferta deste serviço que nos parece muito arriscado.
Para aqueles que pensam em praticar sozinhos as modalidades sozinhos, nós não recomendamos. O circo, as artes circenses, a humanidade, ao longo da história, se reergueu de guerras e atravessou outras pandemias. Vamos vencer o coronavírus e, dentro em breve, vamos poder nos lançar aos desafios e os riscos, com todo o cuidado que várias técnicas e habilidades circenses exigem.
CIRCO CRESCER E VIVER
filiado a Federação Iberoamericana de Circo